segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

De frente. De gente.

Trilho o caminho
Que me deixou
Cada vez mais isolado.
Encontrei cada vez mais
Poucos como eu.
Perdidos do artifício
Das relações.
Das amizades do momento.
Andamos em matilhas
-todos juntinhos para
Não termos medo-
E dividirmos a experiência.
Desistimos de passar pelas coisas
Sozinhos.
Pequeninos que juntos
Passamos pelo o que
O diabo mordeu.
Um mais outro plebeu
Porque assim queremos ser.
Ter medo de ser únicos.
De com o diabo
Se debater.
E depois voltamos.
Sobrevivemos
Às mortes
E ao escárnio dele.
Do esquecimento de Deus
E de nós
Em sua importante obra.
Do destino
Que ele nos traçou
E que nós pequeninos
Insignificantes
Sem fé de aceitar
O que não sabemos
Ele reprova.
Depois fiquei a ver-me
Pelo retrovisor.
Com um Deus,
Com uma esperança
E a morder o pão
Que o diabo mordeu.
Plebeu entre iguais.
Esqueci-me de como era ser
Igual dos demais.
Lutei tantas batalhas
Do que alguma vez
Virais a sangrar.

Estou farto de sangrar.
Sôfrego em silêncio
Da injustiça dos outros.
Cambaleio torto.
Quase morto
E resiliente... vivo.
Olho apenas para a frente
Ainda que o retrovisor
Me assalte desse tipo de gente.
E eu com eles
Antes de ser diferente.
Antes de ter morrido
E de encontrar-me
Cada vez mais sozinho
Pela frente.

De frente
Vem menos gente.

Não sou gente.
Incompetente.

VAz Dias
#palaveadejorge


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