segunda-feira, 25 de junho de 2018

Privo-me de ti enquanto amo o futuro


Podia eu privar-me
De te fazer o devido
Elogio?
Sentir-me perdido
De tanto de ti
Em simples tantos?
E volto para aqui
Onde me recrio
E tu nos porquantos
Da minha descoberta.
Mulher, perde-se em mim
A caminhada
Do deserto
E a página
Do livro que ficou em aberto.
Aquele onde os poemas
Todos de mim
Couberam no universo
Teu que não finda.
E eu ainda buscando
O que mais
Senão não te ter
Para ser sempre
Teu na descoberta.
Cada dia apaixona-se
Em mim uma parte
Desconexa
Que não conhecera.
Chegas e deixas-me
Ir.
Hoje não me deito
Ao teu lado
Porque não tenho corpo
Para ti.
Não tenho espírito
Enorme
Que em ti caiba.
Porque sempre serei
De me acercar
À nova descoberta.
À aventura
De te desconhecer
E amar para trás
Para correr atrás.
Como incauto
E arauto do amor.
Ser novo
A cada segundo
De me interpor
E te fazer vénia.
Que venha
O que quiseres de mim
Mesmo que seja perdição.
Mesmo que não.
Mesmo que seja
Um suspiro de ficar
Com o coração
Numa mão
E a caneta
De traçar um poema
Na outra.

VAz Dias
#palavradejorge

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