quinta-feira, 19 de março de 2015

De desejo matas

E se te quisesse apenas
o voluptuoso corpo?
E se os teus olhos
fossem criminosos
de tão desejado delito?
Se a alma para aqui
não fosse chamada?
Queria-te toda.
Não me contentava com pouco.
Porque as almas melhor
se reconhecem nos corpos.
O meu no teu gemido...
O teu no meu
por coração
raptado.
O bom malandro
que afinal vê-se despojado
de argumento
e rendido ao crime
de te ter desejado...
Doce criminosa
que de olhar raptas
e de desejo matas!

Vaz Dias

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