segunda-feira, 21 de março de 2016

Crimes em nome da palavra

























Aterrado me encontro

cada vez que vou de encontro

às palavras.

Aberrado me desencontro

dos donos e eloquentes da palavra.

Escrevo como cleptómano

que rouba patologicamente

as ideias e as venda

para apenas se sentirem,

sem graciosidade ou jeito,

apenas como o que tenta

fugir duma prisão

e o que lá se prende no peito.

Sou criminoso

por me fazer passar por poeta,

mas por este pecado

que Deus me perdoe

e os outros

(Os Verdadeiros)

me permitam o mesmo crime

e mais vezes o acometa.

Sou um fingidor de poeta.

Sou poeta do que na alma

não finge

e a palavra despoleta,

sou outro tipo de poeta.


VAz Dias

#palavradejorge

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