domingo, 20 de março de 2016

Do meu postigo

Nos olhos grandes,
a enormidade dos gestos e das esperanças,
convivem em jardins e vielas
a céu aberto.
Porque a grandeza se confunde
com a infinidade. Não haver fim
dá largas às ruas que se encaminham
por meio desses jardins.
Quintais da intimidade
que fazem de nós cidades
e os outros a ponte para
intermináveis abrigos.
Privados são os que olham com fim.
Privados são os que não olham.
Nem por olhos grandes
mesmo que semi-cerrados
se fecham em casa.
O refúgio
tornar-se-ia prisão
e a intemporalidade
castigo.
Olhos grandes libertam a castidade.
Olham e desenham
novos quintais na nossa intimidade.
Olhos grandes abrem o postigo
para os nossos céus,
do céu aberto que somos
nós como cidade
e céu aberto à felicidade.


VAz Dias

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