quarta-feira, 29 de junho de 2016

Não vens

Eu sei que não é de ti.
Os murros que no âmago
Sofreste
Ofereces para quem vem
Atrás.
Sou eu. Saco de pancada.
Força de batalha levada
De uma em outra
E outras mais.
Levo a mais.
Desconheces o que de outras
Pode um ser humano
Tolerar.
Esperas-me só
Pela minha força
Enquanto te resolves.
Enquanto me devolves
Esse desamor em punho
D'outrém.
Os segundos me morrem.
E tu não me morres.
Porque te espero
Dorido,
Negro
E ferido por dentro.
Magoa-se mas não rasga.
E tu não vens.
E eu com este tanto
De dores curadas
Para te devolver
Mas tu não vens.
Não me devolves palavra.
Não me devolves a chamada.
E não vens.
Que dor é essa senão
Os murros e o mal
Que se partilha em cadeia?
Descobri em engoli-los
E matei-os.
Romper o ciclo
E esperei-te.
Se me presenteias,
Com ou sem dor.
Mas não vens
Nem o baque que trarias
...
Não me deixas...
Nem vens.


VAz Dias

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