sábado, 30 de julho de 2016

Desabafo desesperando

Não consigo deixar
As maleitas lá dentro
Criarem silêncio envenenado.
Acredito piamente
No seu descalabro.
No seu mais profundo
Movimento redutor.
Não me permito
A esse putrefacto odor
Que o tempo se encarrega
De deixar nos incautos.
Mas é a dor que se soma
Às outras
Que tento aniquilar.
A indiferença do optimismo
Ao meu optimismo
De recuperar.
Desabafo.
Porque não guardo.
Grito mudo
Ou escrevo amarrado.
Não chamo tantos
Ou poucos ao meu agravo.
Luto dentro das mil paredes
Do meu ilimitado imaginário
Para não aborrecer
Os outros.
De não lhes ser demasiado,
Ou cansativo...
Ou exagerado.
Sei lá!
Se calhar sou
E sinto demais.
Falo demais.
Exponho-me demais.
Tentei o outro lado.
Sou histericamente controlado.
Preciso do desabafo
E de ti do outro lado.
Desabafo para aqui calado
Esperando que não saibas.
Que me encontres melhor.
Que te seja confortável.
O mais elegante da palavra
Que sofreu por ti antes
De tanto desabafo
Das palavras
Deste exagerado calado.
Esperando por ti
Do outro lado.

VAz Dias

#palavradejorge

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