terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Um-Sem-Jeito

Nunca tive jeito
Para o argumento
Desta ou daquela.
Nunca estive à
Altura do jogo
Feminino da incerteza.
Entro em incompreensão
E querela,
Entre fugir
Ou ainda mais querê-la.
Sento-me à mesa
Com dois pratos
E uma panela.
Um manjar para dois
Onde só eu saboreio
A companhia
De ninguém.
A culinária é uma falta de jeito
Onde o palato
E o paleio
Ficam à janela.
Canta uma cotovia
Tão mais sozinha do que
Eu.
Deixei-lhe um manjar
No parapeito
Com a mesma falta de jeito
Que tenho para cantar
Ou cozinhar.
Foi um um jeito
A que este personagem
Nunca se deu.
A mesma falta
Para convidá-la
A entrar
Em casa e no meu peito.
Ficou uma cotovia
Cantando e repenicando
Num catraio
Sem jeito
Que nunca cresceu.
E elas voaram
Sem nunca perceberem
O canto
E o alimento
Que um-sem-jeito
Lhes ofereceu.

VAz Dias
#palavradejorge

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