domingo, 15 de abril de 2018

Sofria de Memória

Passou
E a rajada ficou.
Janelas de queixo
À banda
Bandeiras
A meia haste
E tanta,
Mas tanta hora
Perdida.
Fechou-se uma janela
E a persiana
Deixa a luz entrar.
Só entra porque os olhos
Sabem ver
O que a memória
Queimou
Na fita.
Bonita estória
De inventar.
Cruzou-se a fatalidade
Com a vontade
De comer.
Cuspir no prato
Do manjar
Dos adeuses.
E a luz queima
O som que anda para trás
Em prato
De degustar o silêncio
Do som.
Frequentemente
Pensei nas gentes
Que não foram
Convidadas.
E o vento amainava
Pelas bandas dos
Atrevidamente acautelados.
Atrevido.
Acautelada.
Ferido
De nada.
E as palavras rezam
Ao contrário
Como feitiçaria
Dos crentes.
Descrentes
Ficam sempre
Os indiferentes
Da hora marcada.
Beijou a mão
Na palma chapada.
Dor não é opção
É natureza velada.
É terra angustiante
De novela inacabada.
Mais um final
De um início.
Elevação e precipício.
Só sabe disso
Quem não sabe
Da luz intervalada
Na perciana a meia haste
Desenrolada.
E olhos choram
Uma estória qualquer
Num qualquer dia
De debandada.
Secaram nas janelas
Da luz espartilhada.
E era de noite.
E de novo
Velhos hábitos.
"Não habitas
Na minha memória,
Não sei quem foste
Com tantas palavras.
Já paravas."
Já paravas...

VAz Dias
#palavradejorge

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