segunda-feira, 28 de maio de 2018

Sentado, busco nada!


O tempo está a acabar
Para mim.
Desfiam-se os minutos
Enquanto o compasso
Alvitra o fim.
Sou de desaparecer
Como de renascer
E mesmo
Surgir como outro.
Camaleão,
Leão
Ou doente preso
Na cama.
Das mortes todas
O menos morto
Ou o torto
Que vai sobrevivendo
Ou o miúdo
Das festas
E da inocência
Ou da malandrice.
Quem disse que
Ainda havia tempo
Para ser o mesmo?
Não temos tempo
Para essas aventuras
E envelhecer
Graciosamente.
E se não morrer
Deixar-me-ei
Envelhecer de repente.
Venha a vida e a morte
De frente
Que eu logo busco
Engolir o que melhor
Se sente.
Sento-me aqui
De frente para o nada.
E o tempo passa
E logo se vê
O que sai
Na lotaria.
Nem eu acreditaria na sorte.
É mais uma para juntar
À vida ou à morte.
Sento-me de frente
E deixo que um destes
Minutos
Me conforte.

VAz Dias
#palavradejorge

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