domingo, 26 de agosto de 2018

De um varandim

De um varandim
Avisto as sombras
Que como ecos
Aqui deixaram
Cantados.
Os perdidos
Em busca de tudo
Sedentos à nascença.
Os filhos do absurdo
Com a morte lenta.
Os Para Sempre Gaiatos
No tempo de tudo
Efémero.
Mortes fulminantes
A quem sobreviverá
Por nem ter morte
Como descanso.
Nem excitação
Na meia-vida.
Ou pior...
Na meia-morte.
Por aqui passam os Efémeros
Que chegaram
Uma geração depois.
Só uma geração depois.
Uma meia-geração.
Só imaginação
E criatividade
Para plastificar
Os sentimentos.
As feridas de pais ausentes
E da troca por presentes.
E na toca ficam
Pendentes
Os anseios
E a expulsão
Dos precedentes.
Deste varandim
Me atiro
Em queda livre
Para mais meia vida
Com o sentimento
De meia morte.
É janeiro e as temperaturas
Acima da média
Fazem estrangeiros
Falar a mesma
Língua que não a daqui.
Deste varandim
O mundo é pequeno
E com tantos iguais.
Foi para isto
Que vivemos.

Sem comentários:

Enviar um comentário