terça-feira, 4 de setembro de 2018

Desavergonhada Poesia

Por hoje
Desenvergonho-me
Da poesia que corre
Em mim.
Que se esconde
Nas pessoas
E nas pessoas
Que me são estranhas.

- No que não conheço -

Mesmo naquelas
A quem fui dado
A conhecer.
Na heresia de ser
Tão imperfeitamente
Eu.

No desastre
E na glória das minhas
Perdas.
Faltam-me metáforas
Que tão bem outros
Desenlaçam.
Foi a vontade de ser puramente
Original
Que me arruinou
O projecto.
Ou então o subterfúgio
Da ignorância
Casada com a preguiça
Dos nossos tempos.
Sou demasiado impressionável
Às coisas
Mais pequenas.

Vivo fora dos livros
Mas preciso das palavras
Para fazerem sentido.
Mesmo não percebendo.

Onde ficou tanta
Vergonha por crescer?

A poesia escondeu
Isso de mim.
E foi o melhor que fez.

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