sábado, 23 de fevereiro de 2019

Morri. Aconteceu.

Parei no canto de estrada.
ao fundo
lá ao fundo
... nada!
Rigorosamente nada.
Fiz tudo mal aos olhos
desta gente toda.
Nem agora me convenço
que lhes pertenço
mesmo que esses
sejam meus
e mesmo
que meus não sejam.
Fiz tudo mal e matei-me.
Aos olhos deles.
Matei-me.
Para que ficassem felizes
com o pouco
que achassem que eu lhes
fui ou fiz.
Sou o que sou
deste lado
onde nada lhes sou.
Se depois aqui morrer
esse serei
eu só.
Só!
Matei-me
para expiar os meus
pecados
que lhes alimentasse.
Banhei-me no sangue
que tanto viveu
para si e para eles
sem saberem.
Deixei-me afogar
no sangue do meu
sangue.
Morri.
Morreu.
Indivíduo sem destino
aos olhos
destes mortais.
Morri. Aconteceu.

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