sábado, 11 de janeiro de 2020

Sempre achei
que se instalasse
em mim a emoção
feminina,
uma empatia além-gajo,
uma intuição
de calçar o mesmo
salto alto delas
que levaria vantagem
como homem
e sobretudo
como ser humano.
Que seria a evolução
concretizada de ser melhor
por Ser apenas.
Igualdade na diferença
e saber diferenciar
igualdades.
Descobri a roda.
Fiquei a sós com
o mundo e dar-me com
todos,
mesmo os parvalhões
como talvez eu para
eles ou outros,
a desistir destes
numa auto-sobrevivência
dalailâmica
e num perdão ao próximo
como a mim.
Mas fiquei mais a sós
com os que amo,
cada vez mais a sós
e amar a ideia
de nós mesmo
que tenha chegado lá
a esse banquete sozinho.
E vão chegando
e alguns partindo
(não podemos estar
todos ao mesmo tempo
neste cantinho).
Vale neste estacionamento
grátis do peito
o jeito que se tem
para amar deixando
ir e ficar um pouco deles
enquanto viajam
para fora de nós
nos seus afazeres.
Mas o prazer de ser
mais do que só este
género e tipo
é saber receber bem,
doméstico,
sem letreiros luminosos
de convencer a entrar.
Entra quem vem por
bem, por vinho,
porventura amor.
A porta está aberta
mesmo que por vezes
não esteja,
deixo fotografias
no álbum de memórias,
luz nas janelas
das vistas mais lindas
e amor no leito
que de mim ainda se sente
quente.
"Volto já!"
de repente
se vier da minha gente.
Isso prometo. "Hoje sonhei contigo
e deixei-te torradas
na mesa para o pequeno
almoço.
Para que quando acordasses
do meu sonho
soubesses que ainda
cá estás
e que eu volto já."

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