domingo, 14 de agosto de 2016

Sou poeta de mortes permanentes

Sim, sou louco.
Porque me exponho
E desenho retratos
Da minha fragilidade.
Do amor que não tenho
E que não tenho aos outros.
Do sofrimento disso
E dos outros por mim
Que dei tão pouco.
Mas dou muito
Por todos. Louco.
Amar é de loucos
De ficar só
E fazer poemas
Para não morrer já.
Atirar pétalas
Ao tempo,
Já em cada momento,
Até que jaz
Num qualquer outro tempo.
Mas queremos amar
Nem que a morte
Em pétalas venha
E nos leve.
Amo de vida até cada morte.
Numa flor nova
Que se invente.
Sou poeta de mortes permanentes.

VAz Dias

#palavradejorge

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