sexta-feira, 23 de junho de 2017

Por todos os desarranjos que teças

Estou esperando-te
Nos intervalos.
Do tempo.
Da expectativa.
Dos raios de sol.
Dos olhares que se cruzam.
Dos olhares que se disfarçam.
Do mar que nunca foi nosso.
Da água que trago
E só com poemas
Que te trago.
Apago da memória
Para que apareças.
Mesmo que me peças
Por todos os desarranjos
Que teças
Vou fazer-te viver aqui.
Mesmo que não seja assim.
Mesmo que não sejas
Assim.
Vou inventar um intervalo
Onde o sol
Não queime tanto quanto tu.
Onde a memória é água
De transpirar-te
Até que escorregues em nós.
Vou fazer-te viva voz.
É a minha vez.
Foi o intervalo que assim quis.
Fazer-te foz
Das águas e da memória.
Fazer uma história.
E lavar as impurezas.
Levar-te daqui embora.
Mesmo que assim não peças
Por todos os desarranjos
Que teças.
Vou fazer-te aqui vir
Embora.

VAz Dias

#palavradejorge

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