quinta-feira, 8 de agosto de 2019

balada de um filme inacabado

há sempre uma balada
nova. uma nova chama
que cede à erosão
do tempo. a mulher
apaixonada que já não
mora nesse bairro do
amor. apesar de lá ter
morada, apesar de lá
levantar o correio
endereçado. mas ela
volta, seja para ver se
ainda lá a luz se faz
presente. se de repente
as paredes confessassem
os gemidos amados
do passado. mas são
memórias. há correio.
há um terceiro
que sopra palavras
suas pelo vento.
é preciso ter tento
na língua e tanto
que o silêncio
pede para desprendê-lo.
mas se há vida
nessa casa volta
mas não olvides a graça
duma balada
que triste se faça
bela.
como tu, musa
de um cinema
inventado por mim.

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