sexta-feira, 2 de agosto de 2019

mudo(-me)

odeio-me por ter
de ser eu
e esta imensidão
de qualidades.
nela surgir um fundo
que se transformou.
uma qualidade
com reverso da medalha.
uma qualidade
espalha-brasas
e que serve para
pôr a nu a verdade
e também
expôr-me como
um arauto da crítica.
um abuso na boca
de quem acredita
no bem de se ver
e uma acusação
no olho de ver
além do belo.
fiquei feio.
e odeio.
mais odeio que a verdade
seja tão pintada de
crença
e de esperança
numa tal humanidade.
um merdas brindado
duma autoridade
que em nada serve
uma comunidade
de "deixar-estar".
sou quem odiava
encontrar um dia
e agora não há
volta a dar.
um amor de pessoa
com o defeito
da verdade.
um solista
que acomete o próximo
da fuga.
da rusga.
que suga uma tal
de felicidade.
mesmo que a dê
em doses exageradas.
mesmo que seja
generoso.
mesmo que sabendo
melhor fique calado.
estou errado
e todo o mundo
merece acreditar.
eu estou mal.
eu mudo-me.
mudo para onde
a verdade dói
mais.
para dentro de mim.
eu mudo(-me).

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