quarta-feira, 14 de maio de 2014

Arrepio Caminho

Arrepio caminho
nesta imensidão.
Conexões despertas
pela manhã. Aurora
da morte cerebral de ontem.

Arrepio caminho
com a sensação
que ainda há tanto a fazer.
De contigo me comprometer.
Aceitar este fardo.
Aceitar este fado
de para o mundo escrever.
Manter,
partilhar
o que de mãe e natureza
se inciou. Se deve dizer.
Ou se pode.
Ou de silêncios se escrever.

Arrepio caminho,
porque por Deus,
cada vez me vejo mais sozinho.
Não por pena de mim.
Sem a tua pena.
Mas esta vontade engrena
algo que me acompanha.
Já cá estava e me desafia
a esta nova campanha.

Arrepio caminho,
porque para trás
as mortes ficam.
As da vida.
As minhas cerebrais.
Frio, não quero mais.
Aqueço-me com as vossas "friezas".
Pois imagino uma solidão menor
se tu me leres.
Se me quiseres.
Se tiver de ser. Se fôr.
Aquece-te comigo então.

Vaz Dias

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