domingo, 25 de setembro de 2016

Este amor que não é meu

Por mim
Tenho inconstância.
Por ti se revela
Com ainda mais
Preponderância.
São os sentidos
E tudo resto
Que se agitam
Como se um tornado
Se afundasse
No meu bom senso.
Como se tu
Descobrisses
Tudo o que penso.
Perco-me por ti
Tornado demasiado
Pouco tempo.
Tornado um pouco mais
Te perco
(Se alguma vez te ganhei)
E pergunto-me
"Porque o repito
Em várias de ti?"
Não consigo aceitar
Que dando tudo de nós
Não estejamos a cumprir
Os desígnios do amor.
Aquele que todos defendem
E depois desaparecem
Por turpor.
O mundo quer-me
Dormente e eu não tenho tempo
Para não amar.
Não sei se serei
Assim tão diferente
Só porque comprometo
O muito tempo
Do resto da gente.
De ti
Que julgava seres
Assim tão diferente
Mas igual do amor
Que se quer como torrente
Dos hinos,
Arautos
E manifestações
Do ficar para sempre.
Mesmo que não.
Mesmo que apenas se queira
Tentar.
O coração muscular
Para nunca mais se magoar.
Um poeta é quem mais
Exercita a perda
E busca o novo amor.
Como se fora o primeiro.
Como se isso fora possível.
Como se desse à vida
Novas vidas.
O poeta morre tantas as vezes
Como renasce
Antes de morrer
Do último amor.
Vem se quiseres viver!
Vem que antes de chegar
Já tinha vida
Para te entregar amor.
Amor vem!

VAz Dias

#palavradejorge

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