terça-feira, 4 de outubro de 2016

Poema sem facto

Impera a acalmia.
Emperra a palavra que vinha
esguia.
É tal o cuidado
que parece cristal.
Mas é de carne e osso.
De torção de braço
e no futuro de esforço
para aturar.
Sim, porque ninguém se convença
que seria um mar de rosas.
Aquelas doces faces
(com ardor
à mistura com o despeito)
rebentam com um homem,
apenas pelo que lhes sai
das bocas.
E dos silêncios.
Esses autêntico compêndios
de códigos
que nos fazem sentir
o mais energúmeno
dos seres.
Há delas que metem medo,
pelo o que se calam.
Ou da nossa sensibilidade
de homens apaixonados.
Uns nabos!
Uns atrozes calhaus
com dois olhos
e um falo.
Falo do que sei.
Não sei...
falo.
Até que só, torcido,
sem qualquer propósito
me calo.
Um depósito
de vergonha,
de coragem remetida,
de tudo e nada
por ela sentido.
Nem sei como este poema acabo...
acabado!

VAz Dias

#palavradejorge

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