domingo, 15 de outubro de 2017

A cidade que amanhece

Os olhares vazios
A manhã que não adormece
E nem sequer se deitou.
Os "afters"
Para chegar lá.
Alargar a experiência
E alongar do bom
Que foi.
Mas bem lá para trás
(Naqueles dias de sol
Em que brincávamos).

Vi o que era
E o que fiz para aqui
Chegar.

As ruas que cheiram
A mijo.
O degredo das conversas
Que se têm
Sem receptor.
Apenas ruído partilhado
Para não se pensar.
O carro que não se lava
E se parece com
Todos os outros
Onde a malta
Se amacia do nervo
Nocturno.

As ruas ainda cheiram
A mijo.
A álcool que destila
Debaixo deste calor
Doentio.

E outros que correm
De pulmão aberto
Bem ao lado...
Mas longe
Tão apressadamente
Para outra maratona.

A cidade amanhece
E o breu
Ainda não adormece.
Vai num risco
E numa ganza que arde
A céu aberto.
E o céu tão perto
E a cidade que não adormece.

Fui...

VAz Dias
#palavradejorge

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