quarta-feira, 6 de novembro de 2019

glória desacreditada

dou por mim
procurando-te.
não de obrigação
mas de acomodação.
mais encontrar-te
pelo acaso do acaso.
o meu ocaso
da tua aurora.
outrora era eu
apenas dia
e agora sou também
sonho.
de ti com cara
de sono.
que vergonha!
não se fazem caras
bonitas assim de
caras bonitas
de sono.
de sonho.
de sopro.
sopro no teu coração
com brisa morna
de sul.
para te chegar
por esse céu azul
que de breu
se faz clareando.
vais acordando
e eu esperando.
uma aberta do teu
sorriso fechado.
aquele em que se cai
pelo os olhos escuros
para dentro desta alma
iluminando o
que andava calado.
aprecio o teu silêncio
que me faz esperado.
mascavado.
doce e um pouco
salgado.
sabor a futuro
com trago
a passado.
quero ter esses olhos
de sono
que sonho
ter acordado.

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