segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Amor de Porcelana

Conheci uma pessoa.
Ela era alguém.
Era sem saber,
todas as outras.
Digo agora porque me convém.

Surgi-lhe de ninguém.
Nem sei porquê e
como.
Ainda não sei bem.
Mas tinha de me perceber.
Me colocar. 

Parecia-me a justa
dona do meu destino.
Que cretinos somos
quando somamos
e diluímos
o que devemos sentir.
As coincidências tornam-se razões.
Concorremos as nossas
estórias,
para que a peça
não se despeça
da não tão moldada,
peça nossa.

Temos pressa!
Ela é nova!
É a melhor.
Melhor do que essa
que para trás ficou.
A emoção que nos diz
"esse é o amor que mereces
e que finalmente chegou!"

Intimimamente soma-se.
Para não se diminuir.
Muito menos a
quem vem a seguir.
"Somos dignos foda-se!" 
Somos mas é tolos!

Somar esperanças.
Subtrair mudanças.
Arrumamos os amores
em prateleiras de experiências.
Porque se a emoção
é do tamanho de peças
de porcelana
e com a utilidade que elas merecem,
não sintamos o que
o outro ama.
Não se experimente 
o amor de porcelana.

Vaz Dias






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