domingo, 30 de novembro de 2014

Depravados do sono

Lentamente o som
preenche este canto.
Faz companhia
a mais um
que engana o dia.
(passaram-se umas horas entretanto!)

Mantemo-nos despertos.

Uns afligidos,
outros em apertos
e outros ainda
(como eu)

libertinos

que nem nas horas 
se prendem.
Insurrectos do tempo.
Depravados do sono.

Mas doces companheiros,
dos que da companhia
em horas esquecidas,
do descanso, sonham.
De olhos cansados
e almas atormentadas,
alguns de nós
lhes tentamos suavizar a inquietação.

É o que fazemos.
É assim que somos.
Serotonina dos que não dormem.
Companheiros dos que não têm sonhos.
...

Entre tantos,
o som
tendia para o escuro,
ingerindo-se no sussurro
e depois no silêncio.
Para que os aflitos e os
insurrectos
juntos,
seus olhos descansarem,
as almas se apaziguarem
e os corpos
encostados aos sonhos,
quietos permanecerem
e assim até à aurora
ficarem.



Vaz Dias

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