sábado, 20 de dezembro de 2014

Concórdia

E eis que a época
se glorifica
no coração
dos gélidos!

Que de novo
não só aos infantes
se preste primazia
da ocidental esperança.

Onde as pessoas
nas suas simples
e complexas inter-relações
descobrem pequenos milagres
do dia-a-dia.

Onde a amizade
e o bem querer
se traduzem na melhor oferta
desta época e do ano.
E dos anos.
E um pouco mais do que a década.
E das décadas, convenhamos.

A melhor é aquela
que do nosso ser
se fez a sua própria.
Com o esplendor e o
milagre da vida.
Destinada. Devida.
Melhor oferta que nos
poderia ser dirigida.

Mas nesta hora,
devo a palavra
àquela amizade.
À sorte de uma pessoa
de família outra,
se tornar também minha.
Por me querer o bem
que intimamente guardo.
Nada demais.
Sou das coisas simples, grato.
Mas é-me gratuitamente
semeado,
como a nossa familiaridade.
Distante de sangue
de velho tempo, sagrado.

Deixo por ti, amizade,
esse livro se escrever.
Como da semente
a árvore se erguer.
Se o tempo quiser.
Se a intempérie
não a privar de ao céu tocar.
Seja o que o destino quiser.
Pelo menos metade
do que tu
nestes anos todos
me fizeste lograr.

Que as primaveras
se antecipem destas épocas
para nos lembrarmos
que às famílias devemos.
Todas. As mais que pudermos!


Vaz Dias

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