quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Aluga-se tempo

Adormeces
com a nuca em mim cravada.
Não fui eu que te
beijei,
foste tu por mim beijada.
Não matámos o
passado.
Deixámo-nos correr para
o outro lado.
O tempo foi o leito
onde nos deitámos
num lugar distante.
O teu corpo era o meu sonho,
o eleito,
para no futuro despertar.
Acordei.
(de rompante!)
Não estás aqui.
Estou eu cá,
para nos tentar.
Neste tempo
que temos para alugar.
Beijo-te o pescoço
para te fazer voltar.

Vaz Dias



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