domingo, 11 de janeiro de 2015

Fogo Visceral

De fogo com fogo,
ardemo-nos de vontades.
A linha que desce
do teu pescoço
concebe a possibilidade
de nos derretermos
um no outro.
A tua chama
que parece branda
concebe a possibilidade
de com a minha
num inferno de pecado
uma enorme labareda atear.
Deflagra em mim
uma dureza carnal
que no teu corpo
tenho de penetrar,
e lá o fogo esconder
para no teu ser
eu ser cicatriz
em ti queimada.
Em ti derretido.
Vem ser a que
por mim chama.
E eu de prazer
o que por ti grita.
Quente.
Ardente.
Visceral.

Vaz Dias

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