domingo, 4 de janeiro de 2015

Norte americana rua

Balançaste-me.
Surgiste da conveniência
da noite.
Esses compassos "jazzísticos"
que me ofereces
só têm significado
na poesia que tenho
de te entregar em caixa
de um qualquer
instrumento de sopro.
Sopra-se um sax daquela esquina.
O único que testemunha
o nosso pecado.
Instrumentista de sombra.
Conivente criminoso suave
que fala as nossas línguas.
Os ritmos desconcertantes
são do frenesim
somado da urbe metropolitana.
Película americana.
Guitarra tocada de mão latina.
Jazz no segredo de um Santana.
Do estilo matemático
e o calor que se combina
como em nosso
tórrido encontro.
Seguro-te pela cinta
encosto-te firme
a esse muro de secreta esquina.
Gritemos quase mudos.
Toquemos os sons que na rua
se escutam em surdina.
Um felino que corria
e se detinha.
Era em nós,
animal em selva urbana,
que agora às escuras
de uma perdida metropolitana
rua,
arranhava suave como tortura,
a nossa desconcertante
postura. Toca-me de novo
a tua doce agrura.
Gata quente.
Suave jazz.
Escondidos em
uma qualquer
norte americana rua.

Vaz Dias


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