terça-feira, 13 de janeiro de 2015

Eu e o rio.

Num canto
De rio escultor
De margens calmas
Escuto em surdina
O movimento da urbe.

Ao longe combina
O ruído das sirenes
Com a tirania dos motores.
Nada que me perturbe.

Nem as conversas
Do café nervoso das gentes.
Das cores que vestem
De topo de árvores
Que delas se empobrecem.

Mas há cores
Que passam. No siléncio
Dos sorrisos.
Dos passos precisos.
Que fogem do frio
Mas que se afastam do rio.
Que ali tão calmamente
Passa. Ignorando tal
Corropio.
Desembaraçado de tamanho
Frio.
Eu e ele. Placidamente
Destemidos.

Eu e o rio.


Vaz Dias

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