terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Amar um livro aberto

Continuo a não perceber
Nada disso
Que a grande maioria acredita
Como sendo
O amor.
Mas a cada pessoa
Que me deixou,
A sua pele em mim
Deixou.
Pele da capa do livro
De poemas que estava para ser
Escrito.
Ficaram alguns poemas.
Ficaram algumas palavras.
Ficaram muitos silêncios.
Mas disto que não percebo
Sinto que devo complacência
E retorno...
E consciência.
Amo-vos como um livro
Por escrever.
Amo-vos como se soubesse
Escrever.
Amo-vos como soubesse
O que é amar.
Talvez um dia aprenda
Desse vosso amor.
Talvez deixarei de preencher
Esse vossos vazios
Como autista que aprende
A sequenciar letras
Em ideias que vêm do coração.
Este amor que escrevi
Num ou outro livro
É de autor amador.
É da tentativa
De dar tudo com
O pior e o melhor
Que sou.
Honesto e um cabresto.
Mas se isso é um tipo
De amor
Continuarei a assinar rimas.
Desconjunturadas estimas
A transeuntes da minha inabilidade.
Amar
Um livro aberto
E em branco!

VAz Dias

#palavradejorge

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