terça-feira, 28 de março de 2017

Capas de Marfim

Não li o livro
Que me apresentavas
Vazio.
A capa era em marfim
E luzia da polidez
Com que te tratavas.
Não sei se tanta
Beleza seria
Para esconder
O que lá dentro nada
Trazias
Ou se por outro lado
Desejavas alguém
Que te escrevesse
Poemas.

Encher-te de vida
E eloquência.

Não tenho a cultura artificial
Nem a viagem
Que não chega lá dentro.
Sei que escrevo
Como quem vê na vida
Um livro para ler
E lá pelo meio
Inventarmos poesia.
Se não eras o livro
Aberto que eu pretendia
Escrevo mais palavras
Do que apenas entretenimento.
Escrevo para que venhas
Cá dentro
Onde a verdadeira viagem
Começa,
Onde a beleza das capas
Fica perdida no tempo.
São viagens entre folhas
Que se perdem
No meio dos versos.
E não ao contrário.
Sou um livro aberto
Para que façamos
Poemas a dois
Lá dentro.

Somos um livro por escrever,
Rasgar páginas
E fazê-las voar.
Deixemos as capas de marfim
No lugar.
Deixemos as palavras no vento
Outros destinos
Encontrar.

VAz Dias

#palavradejorge

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