sábado, 15 de abril de 2017

A Casta do Tempo

Sempre que escrevo
Alivio essa expectativa
De te ter aqui.
De te trazer para perto
De mim.
Claro que quero
A tua carne,
Senão amava o ar
Ou nada.
Mas trago-te sempre
Com as palavras
Que são tuas.
Trago-te como o vinho
Que não posso.
Mas trato-te como
Um sonho que se espalha
Pelo sangue.
Faço-te física.
De carne.
Embriago-me de ti.
Do prazer que me dás
De aqui não estares
Estando espalhada
Pelo meu todo.
Ponho-te um "gosto"
Com um poema.
Não é um aplicativo
Igual ao dos outros.
Sou eu e tu.
E o que fazemos
De aproximação.
A beleza de te ver
Na imaginação
E fazer-me real
Na tua imaginação.
Sou real mesmo
Não estando no nosso
Beijo.
Mas ele existe
E não é o tempo
Que o faz perder.
É ele que o amadurece
Como vinho
Com que te trago
Para o nosso próprio
Tempo.

Um beijo amadurecido
Contemplo.

VAz Dias

#palavradejorge

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