terça-feira, 4 de abril de 2017

Perdas Caladas

É no silêncio
Que vou fazer por te perder.
Ou melhor,
Que me vais perder
De vista.
Isto claro,
Se tens olhos nesse teu
Coração que me dista.
Perco sempre por
Aclamar as virtudes
De quem amo do nada.
É um exagero bem sei.
Mas sou eu o exagerado
Também da resiliência.
Da paciência que tenho
À impaciência
Do mundo às minha ínfimas
Buscas.
Mas também tenho súbita 
A mudança brusca
De opção.
Vou calar-me por ti.
Para que te vás embora
Em paz.
Sem levares palavras minhas
De peso.
Se é para nos perdermos
A sós,
Seja connosco mesmos.
Amar-te-ei de silêncio
Até que não te lembres
Que existo.
Desisto
Mas com mudez precisa.
Ninguém necessita
Doutro
Que nem no silêncio
Se precisa.
Vou.
Decidido.
Não preciso disto.

VAz Dias

#palavradejorge

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