quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Ainda chama...

Se a calma
Agita
Como se agita
A calma
Em frasco
De sabores
Que guardas,
Imagino o teu traço
Da pele que ainda
Mostras.
Acho-me com a mestria
Sobre essas amostras
De poesias,
Versando
Com linhas
Tuas
Que uso
Desenhando-te em odes.
Linhas sobrepostas
Compostas
Com a complexidade
Da geometria que acerta.
A mão aperta.
A íris desperta.
O verso desaperta
Esse tecido.
Quer que a nudez
Dos meus olhos roubes.
Quero a inocência
Das mãos que pintam.
Da lente
Que te cristaliza vestida
De carne que me inflama.
Sopra a minha chama.
Chama-me!
Porque fiquei
Enleado na linha que caiu
Mas do toque
Que ainda chama.
("Atende!" diz ela em surdina)
E a palavra te proclama.
Estou aqui.
Desnudado
E na tua pele
Que insiste
E ainda me descama.
Ofereço-te cama.
Ofereço-te poema.
Mas não te ofereço alma.
Tens tanta
Nessa pele que pouco esconde.
Deixa cair o pano.
Desnuda-te!
Anda!

VAz Dias

#palavradejorge

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