quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Silêncios de mim XXIII

Tenho-te a ti!
Minha mais prezada solidão.
Minha companheira das viagens
mais restritas.
Dói-me por vezes o coração.
Vêm rajadas de incompreensão
ou então
sou eu que nada compreendo.
O dinheiro,
a fome
e a fome do dinheiro.
Compreendo a fome.
Mas a da vontade
tudo o resto é material.
Tu não és
e és o meu amor
ao imaterial.
Se pudesse só viver de ti.
De me alimentar de ti.
De te partilhar
e saciar os que te querem ouvir...
ou ler...
ou ter.
Tens-me neste
amor velado
que nenhuma outra
me dá
Ou que me dou.
Estou morto hoje.
Farto!
Não estou!

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