quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Silêncios de mim III

Para mim amor não tem corpo. É outra coisa. Amar o sexo é matar o tempo e provocar o corpo a não morrer. E se morrer há o amor que um ser perdura no imaterial e na memória de quem se tocou (e não necessariamente no físico).
Amamos os corpos porque não cremos nessa ideia tão distante de imaterial. De amor que não toca.
Amamos os nossos entes idos, mas muitos "agarram-se" às fotos e objectos tocados por eles em vivos.
Precisamos do corpo por sermos limitados. Dos orgasmos para sentir se já perdemos a sensação de estar feliz. Sabe melhor, quem abdica naturalmente deles, ou pelo menos desce na prioridade de necessidades existênciais, e vive desprendidamente. Começa a tocar a brisa. A imaterialidade.

VAz Dias

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