quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Sem convicção

Surges-me como a alternativa
Ao absurdo que é a minha vida.
O absoluto oposto
E que acredito ser impossível.
E depois é o desafio.
De ser surpreendido.
De ser apresentado
Ao possível
Do meu oposto.
Ponho as mãos no rosto.
Coço a cabeça.
Rei deposto
E alguém que me convença
Que tu és um erro.
Ou eu a ti.
Ou o desafio de me ver oposto.
Vem tu passar-me a mão pelo rosto
Enquanto te seguro
A cabeça.
Guardamos um coração
Para lá do sol posto
Com menos conversa
E mais acção.
Convençamo-nos que não
E depois sim.
Ou então deixemo-nos
Às nossas conformidades
E à apologia da razão.
O teu signo
É suspeito
De quebrar-me
Com contradição.
Vem.
Vamos.
Voltemos.
Sem convicção...
Mas tentemos
Só porque sim
E depois
Talvez
Não!

VAz Dias

#palavradejorge

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