quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Silêncios de mim XVII

Nestes momentos de mim
Em local ôco e obscuro
Procuro
Fugir ao "verbotório".
Há facilidade com que
Se pode debitar
Tristeza ou ódio.
Venho reciclar,
E deste modo,
Apreender algo de bem
Neste diálogo/monólogo.
Há embates que nos tramam.
Que nos fazem pequenos
De tão pequena genteza
No seu comportamento.
É um lamento
De não saber fazer melhor.
De agarrar com mãos
De aço
Um princípio
E os valores como se pode.
Podia apenas gritar.
Ou agir na medida
Desse desafortunado
Momento.
Venho versar num apontamento.
Nunca temos tempo
Para explicar
Quem tem outra visão.
O trabalho.
O tempo.
A falta dele.
Vem um corpo
Para nos alimentar
Na fragilidade.
Fica tudo igual.
Espalhada a semente
Em terra árida.
Grito ao vento
De como na vida as coisas
Vão mal.
Um orgasmo é um lamento
E a sua impossibilidade
Ainda mais lamentável.
É o poema
Que faz isto tudo
Menos execrável.
Perco a cada dia a pele
Que em mim
Cobria a vontade.
Se cobria de suores frios
E quentes
Com a vontade dos outros.
Sexo de luta
Dos corpos
Para sublimar a luta
Da maldade entre homens.
Vou-me rendendo à palavra
Que faz disto tudo
Menos lamentável.
Meno detestável.
Menos tudo.
A poesia em mim
É menos tudo!

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