domingo, 4 de dezembro de 2016

Ínfima perda

Há algo mais gutural
Do que esse sentimento
Que nos move
Até à ínfima pilosidade
Corporal?
Aquele baque
Que desaba do peito
Um buraco no mundo
E que nos perfura
Até àquela pessoa
Do outro lado?
Ah incongruência fatal!
Ah todo esse mal
Que nos desbasta
As copas de árvore
Que nos descansam!
Ah paixão arrebatadora
De saber que vamos
Morrer se aceitarmos
Essa corrida!
Não posso aceitar
Ficar uma vez mais
De alma partida.
Por nada!
Por ínfima pilosidade estremecida!
Há corpos que num universo
Se encontram e se destroem
E eu quero viver.
Rendo-me a ter um mundo
Em órbita
E com fundo
Para me conter.
Não quero amar
Mas também não quero perder.
Mas colapsei
Um ínfimo
Só por te ver...

VAz Dias

#palavradejorge

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