sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Eras tu Amor!

Foi em teu nome
Amor!

Tu que me queres
Mas que não te posso
Ter.
Sou livre...
Como tu.
Tu sabes.

Tenho de te ver de fora
Para te cantar,
Para te despir
Enquanto os medos
Deslizam pelas tuas
Costas nuas.

Dançámos tantas vezes
À noite
Pelas ruas.
Beijámo-nos em locais
Recônditos
E esquinas escuras.
A tua pele que me ardia
Também soltava
A tremura.

Quantas vezes te perdi
Por tanta vontade
De te ter de volta?
Perdi-te
Vezes sem conta
Para te reconhecer livre.
Para me reconhecer
(Em ti)
Livre.

Mas sabes que era para ti
Enquando o encanto
Perdurasse.
Não sei se é para sempre
Porque sabes que eu
Sou perecível.
Mas tu sabes que é possível.
Tu és para sempre
Eu sei disso.

Mas chega-te,
Abeira-te de mim,
Enquanto me enrosco
Naquele arco
Do teu pescoço
Que abraçaste para mim.
Sente o que penso
E isso será fim.
Porque em mim tudo morre.
Tudo passa.
Mas tu perduras.
Crias as molduras desta
Tua vida eterna.

Volto para ti sob pena
De nunca na realidade
Te ter tido.
Se é que a liberdade se tem.
Se ela não nos toma antes
Como água
E nos transpira
Na cama
Com gemidos de quase morte
Desse prazer tão forte
Que se nos dá.

E zás!

Vens à memória
Em meia história
De moldura cheia.
Preto e branco
E tu inteira mesmo
Em metades.
Tarde vens.
E vim.
Mas viemos.

Chegámos para de novo partir.

Amor,
Levas-me naquela carruagem
De silenciosas tardes?
Do trilho que cria
Uma trilha sonora.
Uma canção de nos
Levar embora.

Amor leva-me
Se quiseres

Agora.

Levamos o mundo inteiro
Connosco
E a sós.

VAz Dias

#palavradejorge

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