sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Presépio

Inventámos uma época.
Nasceu um menino.
Era sinal de concórdia
E chegavam
Reis de toda a parte.
Estrela que brilhava
Mais forte.
Ali se encontrava
Uma razão para pintar
Um quadro.
Um retrato exemplificado
Do que seria
A sociedade mais tarde.
Oferece-se regalos
Como se fôssemos reis.
Mais do que à pureza
E inocência das crianças
Tambem aos demais.
Ninguém acredita
Nesse milagre
Mas paramos
Entre uma e outra compra
Convencendo-nos
Que assim somos mais felizes.
E porventura
Algum bem
E sentimento
De pureza nos assalta
Aquando desse
Assalto desenfreado ao gasto.
Damos uma e outra prenda
E mais outras.
Essas da companhia
E amor casto
Que temos por todas
As pessoas que nos são
Próximas.
Se pudéssemos só oferecer
Tempo...
Se de todo o tempo
Pudéssemos oferecer
Um pouco dele
Dividido e depois
Multiplicado pelo mesmo dia.
Nasceria uma criança
Em nós
E seríamos realeza
Dos nossos.
Acender-se-ia uma estrela
Por cada um de nós.
Imagine-se!
Um céu infinito de estrelas
E um dia,
Como prenda,
Iríamos para lá brilhar.
Porque a quem amámos
Nos veria lá,
Como uma estrela
Que deve no seu firmamento
Com as outras todas
Eternamente presentear!

VAz Dias

#palavradejorge

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